7 de junho de 2010

Relatos dos tutores sobre problemas de comportamento dos seus cães

Resolvi postar o texto na integra no qual colaborei para a reportagem do Jornal A Gazeta de Vitória - ES, no domingo dia 6 de junho de 2010. Achei interessante pública-lo como forma de complementar a matéria, já que o espaço foi insuficiente para abordar o tema segundo minha visão profissional na integra.

A matéria consistiu no relato de leitores do jornal acompanhada de possíveis soluções abordadas por profissionais sobre problemas comportamentais de seus cães. O link para a reportagem no jornal:


A seguir o texto completo que enviei para a repórter do jornal:

Devido a dados insuficientes e o intuito de se fechar um diagnóstico comportamental, dentro de uma abordagem veterinária, de forma completa e assertiva, as análises e soluções aqui apresentadas são possibilidades baseadas no que foi descrito pelos tutores dos cães.

Relatos e análises:

Tutor 1: “...não come mais ração só quer aqueles salames de cachorros...”

Assim como nos humanos, os cães têm preferências alimentares, e quando se apresenta algo mais palatável do que a ração, de forma não restrita, há enormes possibilidades de que o cão tenha maior preferência pelo alimento mais saboroso. Outra possibilidade é o consumo calórico diário ser preenchido por outros itens alimentares, portanto na hora de comer a ração o animal está saciado. Isso é prejudicial para o animal, já que a ração de boa qualidade possui todos nutrientes essenciais para manutenção da sua saúde. Uma das soluções seria a de diminuir os petiscos de forma drástica, e introduzi-los somente misturados com a ração. E bem lentamente ir retirando até que se chegue à ração pura ou com uma proporção menor de petisco relacionado ao alimento principal.

          “...se sento no sofá ela pede para subir se deito na cama ela pede, e se não pegar ela fica latindo e eu claro cedo as suas chantagens, dorme comigo ou com minha filha...”

Cães são animais de hábitos sociais, e conhecem seus tutores mais do que se pode imaginar, com isso percebem oportunidades de estabelecerem comunicação com as pessoas, e conforme há sucesso nas tentativas agregam esse comportamento. No caso descrito a Pincher percebeu, inteligentemente, que ao latir tem o que deseja. Então utiliza o latido como forma de expressar suas vontades, e quando não são atendidas insiste pois certamente sempre obteve sucesso dessa forma. Deve-se ignorar os latidos completamente, e quando o cão desistir substituí-lo por outro comportamento como, por exemplo, ensiná-lo a sentar sempre antes de fazer suas vontades. Esta seria uma solução eficiente a longo prazo.

Tutor 2: “...passa o dia e a noite catando tudo que acha pela casa e carregando pra outro lugar...”

Normalmente o cão acompanha a rotina da casa, ativo durante o dia e dormindo a noite. Quando há atividade noturna exagerada, e comportamentos que se tornam compulsivos ou repetitivos, como o da Milla, há indicativo de baixo nível de atividades físicas e mentais na rotina do animal. Pode estar ocorrendo também um comportamento de busca de atenção, em que o cão percebeu algum tipo de interação com os tutores, mesmo que seja uma bronca. Atividades físicas ao ar livre diárias, como uma boa caminhada, e fornecimento de brinquedos inteligentes para cães ajudariam a auxiliar o problema a primeira vista.

Tutor 3: “...chora horrores quando estamos a mesa almoçando pedindo comida e quando saímos de casa.”

Mais um caso em que o cão encontra um meio de comunicação com os tutores, nesse caso foi ensinado inadvertidamente para o Sansão que ao “chorar” sua vontade será prontamente atendida. Não ceder suas vontades durante as refeições na mesa e fornecer brinquedos liberadores de petiscos somente nesses momentos, talvez ajudasse a distraí-lo e resolveria ou diminuiria a intensidade do comportamento com o tempo.

Baseado no relato em específico, a princípio, o ato do cão “chorar” quando se encontra sozinho é indicativo de insegurança. Um diagnóstico mais detalhado talvez indicasse Ansiedade por Separação, que é um transtorno ligado a um estado de ansiedade extrema ao ato de ficar sozinho, às vezes, inclusive, sendo necessário intervenção farmacológica. Nesse caso não seria prudente indicar uma possível solução sem mais detalhes relacionado ao histórico do animal.

Tutor 4: ...”Ghaia literalmente roeu, seis cadeiras de madeira da sala, um sofa de couro, um poltrona tambem de couro, um puff...”

O cão, quando filhote, possui comportamento exploratório normal devido a sua curiosidade extrema, e como não tem mãos ele utiliza a boca como ferramenta exploratória. A mastigação indevida está ligada a esse comportamento normal, e ainda tem como aliado o fato do desenvolvimento dentário ocasionar incômodo no filhote que se alivia direcionando seus dentes aos nossos preciosos objetos. Nesse caso devemos monitorar o cão sempre durante essa fase, e quando não puder dar 100% de atenção isolá-lo em uma ambiente seguro. Brinquedos mastigáveis de longa duração devem ser fornecidos aos montes nessa fase, com os tutores sempre indicando que ficam satisfeitos quando a “voracidade” é direcionada para eles. Preparação do ambiente com substâncias de sabor aversivo, encontradas em lojas especializadas, aplicadas sobre itens proibidos auxilia no condicionamento. Atividades físicas e mentais devem ser incluídas na rotina diária do animal, ou o levará ao estresse e a desenvolver compulsões, e entre eles inclui a mastigação exagerada.

Tutor 5: “...sempre pulam desesperadamente sobre mim, meu marido ou qualquer pessoa que entre em casa."

O comportamento de salto do cão é normal, pois é uma forma de cumprimento canino. Mas as pessoas, inadvertidamente, reforçam esse comportamento através de indicações positivas. E então o cão aumenta a intensidade e números de saltos, pois entende que quando salta em alguém existe a possibilidade de ganhar carinho. Ignorar o cão durante interações que o mesmo salte é o primeiro passo. O outro é a substituição do comportamento de saltar gradativamente por outro, como, por exemplo, ensinar seu cão a sentar para interagir tanto com os tutores quanto as visitas. Desconfiem em metodologias que podem levar o cão a se sentir desconfortável, o que normalmente aumenta a ansiedade do animal.

          “...Também nos arrastam quando os levamos pra passear.”

Comportamento ligado a falta de condicionamento do animal durante os passeios externos. Necessário a intervenção de um profissional especializado em comportamento canino para que indique os equipamentos e metodologia ideal para o caso, assim como condicionar o animal. Prestem atenção em metodologias baseadas em punições, existem técnicas gentis e mais eficientes do seu cão aprender a caminhar corretamente.

Fonte: Dr. Paulo F. de O. Deslandes - Médico Veterinário especializado em Comportamento Canino e Felino

6 de maio de 2010

O perigo da humanização do cão

A humanização dos animais é algo muito perigoso, pois tem a tendência de tornar o relacionamento unilateral, assim trazendo benefícios apenas para o ser humano. Pessoas adquirem animais de estimação sem se preocuparem com as reais exigências e responsabilidades que o bicho em questão necessita. Seguem tendências de modismo, impulsos consumistas e acabam esquecendo que estão lidando com seres vivos de características próprias.

Percebo os tutores, em sua grande maioria, tratando seus animais como se fossem eternas crianças humanas, ou pior, não se preocupam em buscar informações de como é a real exigência do animal, e os mimam em excesso. O resultado disso são animais extremamente estressados, e os pobres dos cães são as principais vítimas devido sua popularidade maior como animal de estimação.

O que é melhor? Seu cão ser presenteado com uma roupinha da moda ou levá-lo em um local onde possa correr livre pela natureza? Esses tipos de questões deveriam ser mais refletidas, pois talvez levassem as pessoas a enxergarem seus cães como animais predadores que são, e não como”bibelôs” ou criancinhas.

As pessoas deveriam fazer outro seguinte questionamento: Gosto de cão? Gosto. Então antes de me responsabilizar por esse ser vivo vou estudar suas reais necessidades e se tenho condições de respeitá-las. Nos E.U.A. existem estudos que apontam os problemas comportamentais como o maior motivo que levam as pessoas a abandonarem animais, seja em abrigos ou nas ruas. E isso é devido ao desconhecimento e as falsas expectativas em relação ao comportamento do animal.


Transtornos Comportamentais


A grande maioria dos transtornos comportamentais estão ligados a humanização, já que nossos animais de estimação não são humanos. Denominá-los de filho, neto, afilhado, ou outro tratamento humanizado qualquer não tem problema, a questão é respeitá-los levando em conta seus instintos e reais necessidades.

Posso citar os transtornos de comportamentos mais comuns nos cães humanizados de uma forma muito resumida e generalizada: agressividade, distúrbios compulsivos diversos, ansiedade generalizada, comportamentos de chamar atenção, vocalizações excessivas, medos diversos, entre outros. Destaco o transtorno denominado Ansiedade de Separação, esse é um dos principais distúrbios que tenho atendido. Se caracteriza por o cão ter um forte apego ao tutor, por reforços inadvertidos do próprio, mas a pessoa não tem tempo suficiente para suprir esse vínculo social, então o animal não consegue ficar sozinho e faz tudo para ir atrás do tutor. Late e uiva exageradamente como forma de comunicação, comportamentos de fuga o levando a risco de vida, destruição de portas e janelas com intuito de fuga, salivação excessiva entre outros.


Um Fenômeno Recente


Quanto a humanização, acredito que seja um fenômeno recente devido aos nossos espaços físicos cada vez menores, pois estamos nos verticalizando e morando em espaços progressivamente reduzidos. Com isso o “cão do quintal” e o cão de trabalho de décadas atrás está se tornando um membro da família. A proximidade entre o cão e o humano aumentou bastante com isso, e com certeza contribui para a humanização. Outro fator é a nossa distância cada vez maior da natureza, pois estamos cada vez mais urbanos, e acredito que seja um fator contribuinte já que trazemos os cães para essa realidade. Importante destacar a falta de tempo também, não temos tempo nem para nós mesmos, e então resolvemos trazer para nossos lares um animal, como o cão, que possui características sociais, por exemplo.


Saúde Afetada Pela Humanização


Quando o animal chega ao ponto de desenvolver distúrbios de comportamento o estresse geralmente está envolvido. E já se sabe que o animal estressado tem a imunidade afetada e se torna suscetível a doenças diversas. Existem distúrbios compulsivos entre os cães que os levam a auto-mutilação, e nesse caso a humanização também está envolvida. Outro fator é oferecer alimentos utilizados na alimentação humana para os animais de estimação. O argumento dos tutores sempre é o da expressão irresistível que eles fazem quando querem algo. Penso que nesses casos as pessoas deveriam refletir antes sobre o que é amar. Quem ama cuida. Cuidar nesse caso significa se interessar sobre a saúde do animal e os cuidados que o envolve. Toda clínica veterinária sabe o quanto os consultórios ficam lotados na páscoa com cães intoxicados por ingerirem chocolate, e não acredito na falta de informação hoje em dia, e sim no descaso.


Fonte: Dr. Paulo F. de O. Deslandes - Médico Veterinário especializado em Comportamento Canino e Felino

(Direitos autorais: O texto somente poderá ser reproduzido com a autorização do autor)


4 de maio de 2010

Como entender o seu cão




Reavaliando seu cão

Pare de pensar que você sabe quem é seu cão. Olhe para ele como se fosse um animal desconhecido que entrou em sua casa, e realmente observe o que ele faz, porque eles são grandes observadores do que nós fazemos. Estão nos assistindo na maioria das vezes. Aprendem nossos hábitos, mas não o vemos da mesma maneira. Torne-se um cientista em sua casa observando os seus hábitos e como eles tentam obter a sua atenção.

Cheiros Fortes

Seja cauteloso com os odores que você tem em sua casa. Limite o número de perfumes que você usa, porque se você colocar em um novo perfume pode mascarar sua identidade perante o cão. Se você acha que seu cão está “fedendo” a cachorro, não coloque perfume sobre ele, pois irá mascarar sua identidade para outros cães. Ao levar seu cão para caminhar você tem que ser paciente e deixá-lo parar e cheirar o que ele quer. Cheirar é uma rica experiência para eles, e evitando o ato é como puxar o seu filho para longe da janela logo assim que ele avistar algo interessante. Satisface-os de vez em quando.

Tratar cães como cães

Nós subestimamos a complexidade de seu mundo, porque não sabemos o que é ter um mundo tão rico em odores, assim como o nosso é rico visualmente. Mas não superestime suas habilidades, eles compartilham muito com a gente, mas não há nenhuma boa razão para pensar que são apenas simplesmente “pequenos seres humanos”.

Entenda o mau comportamento

Nenhuma raça tem que ser agressiva ou mal educada, isso normalmente significa que eles não tiveram direito a socialização adequada quando eram jovens, ou foram abusados. A solução é cuidadosa e controlada socialização com os estímulos que o levam a agredir, cães ou pessoas. A maioria dos cães que são agressivos podem ter um futuro melhor. É preciso muita atenção e a ajuda de um profissional especializado em comportamento canino para auxiliar.

Hora de ir ao veterinário

Se seu cão está doente vai mostrar sinais semelhantes ao que nós fazemos. Fique atento para qualquer mudança de hábito: se ele parar de comer ou de repente começa a comer obsessivamente, se ele costumava dormir muito e agora passou a dormir pouco, ou qualquer comportamento estereotipado como lamber ou morder a si mesmo de forma exagerada.

Fonte: Trechos do livro: “Inside of a Dog: What Dogs See, Smell and Know” (Simon & Schuster), por Alexandra Horowitz.

24 de abril de 2010

Inteligência canina é equivalente a de uma criança de 2 anos

Renomado pesquisador coloca lado a lado a inteligência canina e a de uma criança humana de 2 anos de idade.

Os cães podem compreender mais de 150 palavras e intencionalmente enganar outros cães e pessoas, de acordo com o psicólogo e pesquisador Stanley Coren, PhD, da University of British Columbia.

Coren, autor dos livros mais populares sobre comportamento canino, revisou vários estudos para concluir que os cães têm a capacidade de resolver problemas complexos e são mais parecidos com os humanos e outros primatas do que se pensava anteriormente.

Segundo Coren, as habilidades mentais dos cães estão perto a de uma criança humana de 2 a 2 anos e meio de idade.

Há diferenças na inteligência entre os vários tipos de cães, e a raça determina algumas destas diferenças, diz Coren: "Há três tipos de inteligência do cão: instintiva (o que o cão é adestrado para fazer), adaptação (como o cão aprende a partir de seu ambiente a resolver problemas) e de trabalho e obediência (o equivalente a aprendizagem escolar)."

Dados de 208 juízes ligados a provas de obediência nos Estados Unidos e no Canadá mostraram as diferenças no trabalho e inteligência entre as raças de cães. "Border Collies são o número um; Poodles estão em segundo, seguido pelos Pastores Alemães. Quarto na lista é os Golden Retrievers, o quinto, Dobermans, sexta Shetland, e, finalmente, Labrador Retrievers", disse Coren.

O cão de média inteligência pode aprender 165 palavras, incluindo sinais, e os cães "super" (aqueles que estão entre os 20 no ranking de inteligência) podem aprender 250 palavras, diz Coren. "O limite máximo da capacidade dos cães de aprender palavras e gestos é parcialmente baseado em um estudo de um Border Collie chamado Rico, que mostrou conhecimento de 200 palavras e demonstrou o que os cientistas acreditavam que só poderia ser encontrado nos seres humanos e em alguns primatas", disse Coren.

Segundo Coren, os cães também podem contar até quatro ou cinco. E eles têm uma compreensão básica da aritmética e vai notar erros em cálculos simples, como 1 +1 = 1 ou 1 +1 = 3.

Através da observação, Coren disse: “Os cães podem aprender a localização de itens variados, as vias de melhor acesso em um ambiente (o caminho mais rápido para chegar em uma cadeira), como operar os mecanismos (tais como fechos e máquinas simples) e do significado das palavras e conceitos simbólicos (às vezes simplesmente por ouvir as pessoas falarem e vendo suas ações).”

Durante o jogo proposto na pesquisa, observou-se que os cães são capazes de tentar enganar outros cães e pessoas a fim de receber recompensas. Coren afirmou: "Os cães são tão bem sucedidos em enganar os seres humanos assim quanto os seres humanos estão em enganar eles."

Fonte: American Psychological Association

10 de abril de 2010

Os cães não oferecem proteção contra a solidão

Forte apego ao animal de estimação pode até mesmo aumentar o risco de causar depressão no ser - humano.

Um novo estudo canadense considera que os tutores de cães que vivem sozinhos, e têm pouco contato social humano, na verdade são tão solitários quanto seus colegas cães nas mesmas circunstâncias.

Talvez ainda mais surpreendente, os pesquisadores da Universidade de Carleton, em Ottawa fizeram uma constatação ainda mais surpreendente: essas pessoas que recorrem a cães ou gatos para amenizar esse sentimento correm mais risco de se sentirem sozinhas e desenvolverem depressão. Os autores do estudo explicaram que os animais não são pessoas, e não podem compensar a falta de relações humanas.

"A presença de um pet na vida das pessoas não é bem aquilo que pensávamos", disse o co-autor Timothy Pychyl, um professor associado de psicologia na universidade.

"Muitas pessoas vão dizer:" Se você está se sentindo só adquira um cachorro para te fazer companhia. Mas a pesquisa indica que os animais não irão resolver o problema de solidão, assim como acreditamos que eles fazem”. Se você não tem contato social humano, ainda sim vai ficar com sentimento de solidão.“

Entre 1941 e 2006, o percentual de pessoas que vivem sozinhas no Canadá subiu para 27 por cento a partir de seis por cento.

Na pesquisa, foram avaliados aqueles que viviam só e possuíam cães ou gatos, e os desacompanhados até de um animal de estimação. Os pesquisadores descobriram que quem tinha um animalzinho e também uma vida social ativa era realmente menos solitário em relação aos que moravam totalmente sozinhos. Já quem tinha a companhia de um pet, mas sofria a falta de uma rede social, era ainda mais propenso a se sentir solitário e depressivo, em comparação com as pessoas isoladas e que não tinham pets.

Portanto, mesmo sabendo que os animais sempre vão nos dar uma “pata amiga”, não podemos depender apenas deles. A pesquisa indicou que os pets não preenchem tanto esse vazio como nós pensávamos, e sem o apoio de outras pessoas vamos continuar nos sentindo incompletos.

Fonte: http://www.montrealgazette.com

7 de abril de 2010

Olhar de culpado do cão? Será?

Os tutores que pensam que seu cão tem um olhar de "culpado" quando fazem algo “errado” estão enganados, segundo um novo estudo.

Por Kate Devlin

As expressões de coitado, ou culpado que alguns acreditam podem detectar no rosto dos cães, principalmente depois de dar uma bronca nele é uma invenção da imaginação, segundo os cientistas.

Em um experimento, disseram aos tutores do animal de estimação, que os seus cães, eram culpados do comportamento inadequado por roubar guloseimas que tinham sido proibidas de serem consumidas.

Mesmo que os cães fossem inocentes as pessoas ainda sim identificavam o famoso “olhar de culpa” nos animais.

Os pesquisadores insistem em que não há base científica alguma na opinião dos tutores que dizem poder identificar através do olhar de seus cães que os mesmos foram os culpados.

“Essa interpretação é apenas uma projeção dos valores humanos para os animais”, eles disseram.

Alexandra Horowitz, um professora adjunta no Barnard College, em Nova York, que realizou a pesquisa, disse: "A descoberta de um alimento roubado, ou de qualquer outro ato que não é permitido, muitas vezes é seguido imediatamente por repreensões, seja gritando ou física. E não é surpreendente que os cães associem qualquer tom acusatório com esse evento, sendo ou não culpado. E desencadeia nesses animais um comportamento submisso preventivo. Que a grande maiorias das pessoas interpretam como um olhar de culpado.”


(minha opinião)

No meu dia a dia é comum escutar dos meus clientes as mais diversas interpretações do que acreditam que seus cães estão pensando e fazendo. Sempre escuto com muita atenção, mas na grande maioria das vezes são interpretações extremamentes humanizadas. As pessoas enxergam em seus cães um membro da família, o que não deixa de ser, mas não é legal interpretarmos as atitudes caninas dentro da nossa psicologia humana. Os cães são animais diferentes de nós e tem suas particularidades, mesmo com o convívio tão próximo que temos a tanto tempo.

Alimentamos falsas expectativas em relação ao comportamento canino quando achamos que os cães são “pessoinhas peludinhas”, e ficamos frustrados quando surge algum comportamento incompatível com a rotina da família. E não duvidem que uma das maiores causas de abandono de animais na ruas é devido a esse desconhecimento que as pessoas possuem sobre o que é o comportamento normal de um cachorro. O desconhecimento do comportamento normal canino leva muita das vezes as pessoas a criarem verdadeiros “monstrinhos” de quatro patas. E qual é a solução quando o comportamento fica insuportável? Abandonar o cão na rua ou doar para algum conhecido corajoso que goste muito de animais. Sendo que a melhor solução seria a pessoa buscar conhecimento prévio do animal que está adquirindo através de literaturas confiáveis, ou contratar um profissional qualificado, e principalmente atualizado, que a oriente sobre educação canina.

Os reforços positivos indevidos em horas impróprias, na minha opinião, são umas das maiores causas de problemas de comportamento no cão. Para evitarmos isso vamos buscar conhecimento sobre nossos amigos peludos. Não se deixem atingir pela força da comodidade. Se gostarem realmente de cães informe-se, busquem ajuda profissional. Tenho certeza que nossos amigos cães ficarão agradecidos se nos esforçamos para entendê-los realmente como eles são, e não interpretarmos eles do jeito que achamos que é.

Interpretações humanizadas do comportamento canino podem levar nossos amigos peludos a terem uma vida infeliz.

6 de abril de 2010

Por que vestimos animais como gente?

Quantas vezes você teve que ver as fotos do Chihuahua da sua tia vestido com roupinhas de gente? Uniformes de policial, vestidos, fantasias? Agora você pode finalmente entender porque vestimos animais como gente.

Segundo psicólogos, sabemos o que nos torna um ser humano nos termos biológicos, mas psicologicamente, ficamos confusos. De acordo com uma pesquisa recente, não atribuímos características humanas somente por que alguma coisa age como uma pessoa, mas para nos sentirmos em controle do ambiente que nos cerca.

Por anos, especialistas estudaram o que é conhecido como antropomorfismo: será que é certo achar que o Pinscher de sua tia tem mais qualidades humanas do que um outro bichinho qualquer ou, até mesmo, do que a torradeira?

O estudo pedia que voluntários descrevessem objetos com qualidades humanas e que outros voluntários falassem dos mesmos objetos com características específicas e frias. Depois uma análise foi observado que aqueles que descreviam o objeto como “humano” o entediam melhor do que aquelas que faziam uma descrição superficial.

Daí a conclusão que o antropomorfismo acontece para que tenhamos uma maior compreensão do mundo que nos cerca.

A solidão é outra causa do antropomorfismo. Temos a necessidade de nos conectar com outros humanos. Quando isso não acontece formamos conexões com não-humanos mesmo, sejam animais (como aquelas pessoas que chamam seus animais de filhos) ou a TV. Infelizmente o oposto também é verdadeiro. Quando as pessoas têm muitas conexões com os próprios humanos elas tendem a “desumanizar” animais e não tratá-los tão bem.

Fonte: http://www.livescience.com

1 de abril de 2010

Adestramento: existe idade ideal?

Por Alexandre Rossi (Dr. Pet)

Muita gente me pergunta se há uma idade certa para adestrar os cães. Existe um mito que diz que é preciso esperar o filhote completar seis meses para começar a adestrar, mas os cachorros não começam aprender só nesse período… Eles podem ser adestrados já a partir dos 50 dias de vida. O fato mais importante é que os cães aprendem o tempo todo, independentemente da idade! Com ou sem a ajuda de um profissional, é preciso ensiná-los sempre.

Uma outra questão bem comum: cães mais velhinhos podem aprender? A resposta correta é: sim! Independente da idade, os cachorros podem ser ensinados! É exatamente igual a nós, seres humanos, que podemos aprender coisas novas, mesmo sendo idosos.

Agora que vocês já sabem mais essa curiosidade, não deixem de ensinar seu bichinho!


(minha opinião)

Em todos os meios que lidam e dependem de atualizações constantes dos profissionais, infelizmente, a grande maioria é daqueles que se sentem confortáveis em ficar parados no tempo.

A ciência está sempre avançando e fazendo descobertas, e devemos estar sempre atentos às mudanças. Principalmente dentro de uma área que envolva vida e saúde o profissional deve constantemente manter a cabeça aberta para as novas idéias e teorias que surgem todos os dias.

Vejo todos os dias as pessoas tão mecanizadas e confortáveis em continuar a fazer o que fazem há anos que realmente esquecem que estamos em um mundo de descobertas e mudanças.

Portanto para responder uma das questões mais polêmicas no meio de quem trabalha com comportamento canino, adestramento ou qualquer outra vertente resolvi humildemente acrescentar ao texto assertivo do excelente profissional Alexandre Rossi, algumas referências de estudos seriamente envolvidos com comportamento canino. Assim nos indicando um caminho, segundo a ciência, que deveríamos seguir quando lidamos com aprendizado dos cães.

A seguir os textos retirados e a referência bibliográfica:

“O aprendizado estável começa com 8-9 semanas de idade nos cãezinhos, que é seu período mais sensível. A capacidade de aprendizado básica se desenvolve aos 3 meses de idade, mas capacidades motoras fracas, uma extensão de atenção curta e uma excitabilidade emocional podem tornar métodos tradicionais inefetivos. Se os cãezinhos forem colocados em isolamento nessa idade, ocorrerá uma deteriorização na sua capacidade de aprender comportamentos novos e uma diminuição na retenção de algum comportamento anteriormente aprendido. Os ambientes enriquecidos proporcionam um crescimento emocional melhor do que os restritos. Com 4 meses de idade, a velocidade de formação dos reflexos condicionados começa a diminuir, talvez porque o aprendizado anterior começa a interferir no aprendizado novo. O treinamento de obediência tradicional é freqüentemente adiado até os 6 meses de idade ou mais. Os cãezinhos são capazes de aprender lições curtas e focalizadas antes disso, mas as técnicas padronizadas são baseadas em um manual de adestramento da I Guerra Mundial que utiliza uma técnica de enforcador e corrente que não é apropriada para cãezinhos mais jovens.”

Fonte: Canine Behavior: A Guide for Veterinarians – Bonnie V. Beaver, DVM, MS, Dipl ACVB – Professor e Chief of Medicine Departement of Small Animal Medicine and Sugery College of Veterinary Meidcine Texas A&M University College Station, Texas

No meu trabalho, constantemente, converso e conscientizo proprietários a agirem na prevenção de futuros problemas comportamentais, pois dessa forma se evita dores de cabeça ao longo do desenvolvimento canino. O cãozinho com 50 dias está com o cérebro apto ao aprendizado, se esperar até os 6 meses de idade muita coisa já foi absorvida e inserida em seu comportamento, tanto coisas ruins quanto boas. E prevenir um problema é muito mais simples e inteligente do que esperar pra depois ver o que fazer. O tratamento e o descondicionamento de um mau hábito é muito mais trabalhoso.

Portanto ao adquirir um filhote tenham em mente que o aprendizado do cão começa cedo, procurem informações em literaturas confiáveis ou procurem um profissional especializado e atualizado.E não um com técnicas da época da I Guerra Mundial, que não é adequada nos dia de hoje de forma alguma. Dessa maneira, o profissional atualizado, poderá orientar de forma assertiva de como proceder na educação do seu amigo.

28 de março de 2010

Excesso de peso faz mal a cães e gatos

Karina Klinger;  free-lance para a Folha

Considerada epidêmica entre os homens, a obesidade está começando a se tornar preocupante também no reino animal pelo menos entre os cães e gatos urbanos de estimação. Segundo relatório com mais de 400 páginas do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, divulgado no mês passado, um quarto dos cães e gatos do mundo ocidental carregam quilos extras. Estima-se que 40% dos cães americanos e 20% dos brasileiros estejam com sobrepeso.

A obesidade animal é semelhante à humana em causas, consequências eles também correm um risco maior de sofrer de problemas cardíacos e articulares, colesterol alto, diabetes e câncer, por exemplo e tratamento. A grande diferença é que os cachorros e os bichanos não escolhem seu estilo de vida. Tornam-se sedentários e comem de maneira errada por causa de seus donos.

Como na obesidade humana, os distúrbios hormonais são exceção entre os cães e gatos com excesso de peso --apenas 5% dos casos, diz a veterinária Viviani di Marco. A maioria é causada por uma alimentação desbalanceada. Ela já atendeu cães com mais de 10 kg de sobrepeso que consumiam bolos e refrigerantes. Segundo Marco, muitos donos excedem na alimentação por falta de conhecimento. "Poucos sabem que a ração atende às necessidades nutricionais do animal."

Para a veterinária Marcia Jericó, coordenadora do Obezoo, grupo que estuda a obesidade em cães na Universidade Santo Amaro (SP), petiscar é um dos maus hábitos dos animais obesos. "Um biscoito canino, por exemplo, pode ter 100 cal, o que corresponde a 1/3 das necessidades diárias de um cão com até 5 kg.

Tanto em cães como em gatos, a gordura costuma concentrar-se no pescoço, ao longo das costelas e nas costas. Eles perdem a cintura e tornam-se roliços. "Visto de cima, o corpo do cão perde o formato de uma ampulheta, e as costelas desaparecem no meio da gordura", afirma Jericó.

Um exame clínico geralmente é suficiente para diagnosticar a obesidade. "Usamos uma técnica de apalpação do corpo do animal", explica o professor Aulus Carciofi, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Jaboticabal.

Tratamento

Existem tabelas de peso para as várias raças felinas e caninas, mas as variações dentro de uma mesma raça impedem que se estabeleçam padrões rígidos de consumo calórico. Por isso cada animal precisa de uma dieta sob medida, que pode incluir ração light ou especial para obesos.

A não ser que alguém esqueça um pacote de biscoitos ou uma lasanha ao alcance do animal, cães e gatos não têm como fugir da dieta. O sucesso do tratamento, portanto, depende das pessoas que convivem com o animal.

A dona-de-casa Hilda Amano não resistia ao olhar "pidão" de Picaxu, um vira-lata de quatro anos. Resultado: o cão, que deveria pesar 15 kg, chegou a ter 28 kg. "Além de ração, ele sempre comeu o que nós comíamos: macarrão, bolo de chocolate, pães e até refrigerante", diz ela.


Uma bronca do veterinário fez Amano adotar uma dieta para o cachorro. Apesar de já ter emagrecido 8 kg, ele continua de regime e come só ração para cães obesos e salada.

Diferentemente de Amano, os pais do corretor de imóveis Antonio Escobar Filho não conseguem deixar de paparicar Gordo, 11, descendente de boxer e weimaraner. O cão foi morar com eles depois que Escobar, seu dono, mudou para um apartamento. "A gente até tenta mantê-lo em dieta, mas meu pai não resiste."

A tendência à obesidade se manifestou cedo: o cão ganhou esse nome porque mamava demais quando era filhote. Hoje, ele pesa 50 kg, 20 kg a mais do que deveria e continua comendo tudo que a família consome. Gordo pode, pelo menos, correr pelo quintal, mas muitos gatos não têm essa sorte. É da natureza dos felinos dar escapadinhas sem coleira.

Uma das formas de protegê-los de maus-tratos e acidentes é mantê-los dentro de casa. Associado a dietas inadequadas, o sedentarismo estimula o ganho de peso.

Zé Billy e Paco Mio, ambos com quatro anos, pesam, respectivamente, 5,3 kg e 6,6 kg, mas não deveriam ultrapassar os 4 kg cada um. "Já tentei de tudo, mas é difícil. Eles não gostaram da ração light", diz a aposentada Guida Petronilho, que, além da ração convencional, dá a eles requeijão pela manhã, fatias de peito de peru ou presunto ao longo do dia e patê especial para gatos à noite. Uma vez por semana, os bichanos são presenteados com sardinha, atum ou frango. Eles continuam saudáveis, mas já começaram a perder a agilidade.

25 de março de 2010

A realidade sobre adestramento de ataque, defesa e proteção

O negócio de treinamento de ataque, defesa e guarda é mais ou menos assim:

Na primeira fase: o cão aprende a defesa.

Ou seja, ele só irá demonstrar sinais de agressividade quando ele ou seu dono forem ameaçados. É quando o cão fica ao lado do dono, na guia, e o cobaia (aquele cara corajoso que veste aquela roupa esquisita) ameaça bater no cão ou no dono. Aí o dono incentiva o cachorro a atacar o coitado do cobaia.

Segunda fase: treinamento de ataque.

O cão é incentivado a atacar, sob comando, mesmo que não haja nenhuma ameaça aparente. Exatamente como os cães da policia fazem quando não podem ver o suspeito e o policial manda o cão mesmo assim. O cachorro acha o fugitivo, encurrala o fulano e se for possível dá umas mordidinhas (os cachorros adoram dar essas mordidinhas).

Terceira fase: treinamento de guarda.

O cão vai atacar qualquer um que tentar invadir a sua propriedade ou que tente chegar perto de um objeto a ser guardado. Nesta fase o cão não precisa mais que o dono esteja por perto ou que seja dado um comando para ele executar o trabalho.

Qual é o mais indicado? Nenhum! Não acredito que qualquer cachorro possa ser treinado para nenhuma destas funções. Não é qualquer treinador que é bom o bastante para avaliar e treinar o cachorro propriamente e, principalmente, não é qualquer dono que pode ter um cão treinado para defesa, ataque ou guarda. Vale lembrar que cães da polícia e cães de competição são treinados PERMANENTEMENTE por profissionais.

Sempre que lemos as várias notícias trágicas de cachorros que atacaram pessoas e crianças, com mortes e mutilações, não nos ocorre que muitas pessoas que possuem cães para a guarda não estão cientes da responsabilidade e do perigo que é ter um animal destes em casa. Como treinadora profissional, tive a oportunidade de observar vários tipos de cães. Alguns mansos, outros agressivos, alguns neuróticos, outros inteligentes, alguns brincalhões, outros sérios, e poucos realmente equilibrados. Também tive a grande sorte de ter aprendido esta profissão num estado dos Estados Unidos onde as leis sobre cachorros que atacam pessoas é rigorosíssima, e onde estão os melhores cães policiais de todos os Estados Unidos. E a maioria das pessoas quando pensa num cão de guarda, pensa logo nos cães da polícia: cachorros muito bem treinados, precisos no ataque de bandidos e sob controle total de seu dono.

Mas no Brasil, muitos daqueles que possuem "cães de guarda" nunca procuraram um treinador profissional, nunca trabalharam com seus cachorros, nunca socializaram estes animais. Poucos se preocuparam com a índole do animal antes de comprá-lo e partem do pressuposto de que cachorro de guarda tem que ser muito bravo. Acreditam que o cão deve ficar preso o dia todo e só ser solto durante a noite que é para não ficar amigo de estranhos.

Pode parecer estranho, mas os cachorros escolhidos para o policiamento não são aqueles que apresentam propensão para a agressividade. Muito pelo contrário. Os melhores cães para a polícia são os que apresentam maior poder concentração e vontade de brincar. Para estes cães, não existe motivo algum para temer ou odiar pessoas estranhas. Para que sejam confiáveis e úteis na segurança da população, eles, os cães da polícia, têm que ser dóceis e mansos quando andando no meio das pessoas. Numa rua cheia, eles devem se manter sempre do lado esquerdo de seus companheiros policiais e aceitar com prazer os carinhos das crianças que nunca se cansam de admirar tão belo animal.

O ataque para estes cachorros não é pessoal, ou seja, eles não são treinados para ter raiva, ou perseguir nenhum grupo de pessoas específico, nem tampouco para serem agressivos ou arredios com estranhos. Estes cães são treinados para gostar de um jogo, uma brincadeira muito excitante que é pegar o cara mau. Isso mesmo, para o cachorro tudo não passa de uma brincadeira, que ele gosta muito, de imobilizar e morder uma pessoa que seu dono mandou pegar. O cão nunca vai iniciar uma perseguição ou um ataque sem que ele tenha sido comandado. Claro que este comando não precisa ser unicamente verbal. Um movimento brusco por parte da pessoa que está sendo investigada, ou a tentativa de fuga desta pessoa pode ser a "deixa" para uma imobilização.

A visão de uma arma, a agressão ao dono por parte do suspeito, ou um discreto comando físico pode ser suficiente para o cão iniciar um ataque. Os cães escolhidos para se tornar um cão de guarda devem fazer parte da família deles. Conviver com as crianças, brincar no quintal e ser companheiro inseparável de seus donos.

Qualquer pessoa que deseja ter um cão de guarda deveria ter os mesmos cuidados que a polícia. Escolher a raça mais adequada. Investigar o temperamento dos pais do filhote e evitar qualquer animal que apresente sinais de agressividade excessiva ou medo e desconfiança de pessoas estranhas. Socializar o filhote e educá-lo com amor e paciência para que ele cresça confiante e tranqüilo. Fazer com que este animal participe da vida da família, fortalecendo os laços de amizade entre cão e humanos. Procurar um treinador profissional competente e capaz e solicitar uma avaliação do animal, aceitando se o parecer deste treinador for contrário ao treinamento do cachorro para guarda. Participar ativamente das seções de treinamento do cachorro. Prover alimentação e cuidados veterinários adequados. E, principalmente, ser responsável pelo animal e pela segurança das pessoas que trabalham ou visitam a sua residência.

Para evitar tantas tragédias como as que aparecem nos jornais todos os anos é preciso lembrar que um cachorro não é capaz de distinguir a diferença entre um atleta fazendo jogging ou um ladrão correndo em disparada; entre um bandido escondido num beco ou uma criança brincando de esconde-esconde; entre um ladrão atacando seu dono, ou apenas um amigo mais espalhafatoso.

Em última análise, um bom cão de guarda só precisa dar o alarme, latindo, na hora em que uma pessoa estranha se aproximar da casa para que o dono possa tomar as medidas necessárias para a proteção de seu patrimônio. Mesmo que o cachorro seja super-treinado, se um ladrão resolver invadir uma residência quando o dono não estiver presente, ele, o ladrão, vai invadir.

A FALSA SEGURANÇA QUE AS PESSOAS SENTEM QUANDO POSSUEM UM CACHORRO FEROZ EM CASA PODE SER FATAL PARA OS DONOS, PARA PESSOAS DE BEM E PRINCIPALMENTE PARA CRIANÇAS CURIOSAS E INDEFESAS DIANTE DE TAMANHA FÚRIA.

Fonte: Claudia Pizzolatto

Treinadora e Especialista em Comportamento Canino, diplomada em Psicologia Canina e Treinamento de Cães pela NDTA – National Dog Trainers Association dos Estados Unidos, e também classificada como “Professional Dog Trainer” pela mesma NDTA, consultora em comportamento canino da revista especializada Cães & Cia, com vários artigos publicados em jornais e revistas, e várias palestras realizadas, é dona da Lord Cão – Treinamento de Cães Ltda., empresa especializada em resolver problemas comportamentais em cães, situada no Rio de Janeiro.

23 de março de 2010

“Prozac” para pets é aprovado na Inglaterra

As diversas semelhanças entre os seres humanos e animais têm promovido um modo de vida muito parecido para os pets também. Atualmente, há uma infinidade de serviços para os amados bichinhos como salões de cabeleireiro, hotéis, grifes de roupas e joalherias. O problema é que até mesmo as doenças do dono também estão acometendo os peludos, como obesidade, hipertensão e até mesmo depressão.

Relativamente nova, a descoberta de que cerca de 8% da população de pets sofre de desorientações mentais, fez com que o governo da Grã-Bretanha resolvesse tomar providências, aprovando a utilização do famoso Prozac, só que para cães e gatos.

De acordo com o site do jornal Daily Mail o anti-depressivo foi adaptado para os peludos mais tristonhos, e tem um gosto mais palatável, sabor bife. O medicamento foi lançado nos Estados Unidos há 3 anos, e recentemente foi aprovado para a venda na Europa, prometendo servir para o tratamento de animais com comportamento compulsivo e ansiosos.

Chamado de Reconcile, o produto aumenta os níveis de serotonina no cérebro dos bichos, promovendo a sensação de bem-estar nos animais. O tratamento com o medicamento é indicado principalmente para os pets que sofrem com a ausência de seus donos, gerando um quadro de depressão.

Segundo os especialistas, os sintomas de um animal depressivo são: morder e destruir objetos e a mobília em casa, latidos excessivos, choro, urina e fezes fora dos locais apropriados, salivação excessiva, vômitos e tremedeiras. Esses sinais indicam o quadro de ansiedade, gerado principalmente com a separação dos donos por muito tempo, quando saem para trabalhar, por exemplo.

Ainda segundo a publicação, estima-se que existam 10 milhões de animais com o quadro nos Estados Unidos, mas a cura é possível. Um experimento realizado com 660 animais com desorientações mentais na Europa e Estados Unidos revelou que houve melhora após oito semanas de tratamento com o Reconcile. O fabricante adverte, no entanto, que a medicação deve ser administrada por animais acima de seis meses de vida e sob supervisão de um veterinário.

Fonte: http://petmag.uol.com.br

(minha opinião)

O ser humano destrói sua vida através de comportamentos fúteis e exagerados, muitas das vezes levando a um quadro de distúrbios psicológicos e infelicidade. Se afasta da natureza levando uma vida extremamente urbana e estressante, esquecendo da beleza e energia inesgotável que a mãe natureza nos proporciona. E agora isso tudo é direcionado de uma forma egoísta para os animais, principalmente para os cães.

Cachorro tem vaidade? Ou a vaidade é do humano? É uma pergunta que se deveria responder antes de gastar rios de dinheiro num suposto bem estar animal.

Deveríamos nos preocupar em buscar informações das quais são as reais necessidades de um cão. Quem é mais feliz? Um cachorro solto nas ruas sem regalias ou um cachorro preso em um apartamento cheio de regalias? Pode parecer estranho para muitos, mas provavelmente o cão da rua é o mais feliz. Atividades físicas e mentais sendo desafiadas todos os dias, lutar pela sobrevivência, cães extremamente socializados com tudo que há, faz com que estes animais apresentem comportamento próximo do que tinham na natureza. Lógico que existe a parte da saúde precária e maus tratos, novamente causados pelos humanos, colocando em questão a felicidade destes animais. Mas ainda não o deixa mais infeliz que o cãozinho preso no apartamento, com idas a tosa e banho toda semana, com roupinhas próprias, sem desafios, sem exercícios suficientes ou nenhum, sem socialização... enfim.

Deveríamos nos questionar o porquê de surgirem fármacos como esse da reportagem. Deveríamos buscar a causa primária do distúrbio e assim nos adequarmos a entender o cão e proporcionar uma vida melhor para eles, mas é claro que dentro dos padrões caninos. O medicamento é uma “muleta” da real causa. Auxilia, mas não cura.

Se questionem sobre seus cães, abram suas mentes a novas informações, e principalmente amem seus cães proporcionando reais necessidades a suas vidas.