28 de março de 2010

Excesso de peso faz mal a cães e gatos

Karina Klinger;  free-lance para a Folha

Considerada epidêmica entre os homens, a obesidade está começando a se tornar preocupante também no reino animal pelo menos entre os cães e gatos urbanos de estimação. Segundo relatório com mais de 400 páginas do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, divulgado no mês passado, um quarto dos cães e gatos do mundo ocidental carregam quilos extras. Estima-se que 40% dos cães americanos e 20% dos brasileiros estejam com sobrepeso.

A obesidade animal é semelhante à humana em causas, consequências eles também correm um risco maior de sofrer de problemas cardíacos e articulares, colesterol alto, diabetes e câncer, por exemplo e tratamento. A grande diferença é que os cachorros e os bichanos não escolhem seu estilo de vida. Tornam-se sedentários e comem de maneira errada por causa de seus donos.

Como na obesidade humana, os distúrbios hormonais são exceção entre os cães e gatos com excesso de peso --apenas 5% dos casos, diz a veterinária Viviani di Marco. A maioria é causada por uma alimentação desbalanceada. Ela já atendeu cães com mais de 10 kg de sobrepeso que consumiam bolos e refrigerantes. Segundo Marco, muitos donos excedem na alimentação por falta de conhecimento. "Poucos sabem que a ração atende às necessidades nutricionais do animal."

Para a veterinária Marcia Jericó, coordenadora do Obezoo, grupo que estuda a obesidade em cães na Universidade Santo Amaro (SP), petiscar é um dos maus hábitos dos animais obesos. "Um biscoito canino, por exemplo, pode ter 100 cal, o que corresponde a 1/3 das necessidades diárias de um cão com até 5 kg.

Tanto em cães como em gatos, a gordura costuma concentrar-se no pescoço, ao longo das costelas e nas costas. Eles perdem a cintura e tornam-se roliços. "Visto de cima, o corpo do cão perde o formato de uma ampulheta, e as costelas desaparecem no meio da gordura", afirma Jericó.

Um exame clínico geralmente é suficiente para diagnosticar a obesidade. "Usamos uma técnica de apalpação do corpo do animal", explica o professor Aulus Carciofi, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Jaboticabal.

Tratamento

Existem tabelas de peso para as várias raças felinas e caninas, mas as variações dentro de uma mesma raça impedem que se estabeleçam padrões rígidos de consumo calórico. Por isso cada animal precisa de uma dieta sob medida, que pode incluir ração light ou especial para obesos.

A não ser que alguém esqueça um pacote de biscoitos ou uma lasanha ao alcance do animal, cães e gatos não têm como fugir da dieta. O sucesso do tratamento, portanto, depende das pessoas que convivem com o animal.

A dona-de-casa Hilda Amano não resistia ao olhar "pidão" de Picaxu, um vira-lata de quatro anos. Resultado: o cão, que deveria pesar 15 kg, chegou a ter 28 kg. "Além de ração, ele sempre comeu o que nós comíamos: macarrão, bolo de chocolate, pães e até refrigerante", diz ela.


Uma bronca do veterinário fez Amano adotar uma dieta para o cachorro. Apesar de já ter emagrecido 8 kg, ele continua de regime e come só ração para cães obesos e salada.

Diferentemente de Amano, os pais do corretor de imóveis Antonio Escobar Filho não conseguem deixar de paparicar Gordo, 11, descendente de boxer e weimaraner. O cão foi morar com eles depois que Escobar, seu dono, mudou para um apartamento. "A gente até tenta mantê-lo em dieta, mas meu pai não resiste."

A tendência à obesidade se manifestou cedo: o cão ganhou esse nome porque mamava demais quando era filhote. Hoje, ele pesa 50 kg, 20 kg a mais do que deveria e continua comendo tudo que a família consome. Gordo pode, pelo menos, correr pelo quintal, mas muitos gatos não têm essa sorte. É da natureza dos felinos dar escapadinhas sem coleira.

Uma das formas de protegê-los de maus-tratos e acidentes é mantê-los dentro de casa. Associado a dietas inadequadas, o sedentarismo estimula o ganho de peso.

Zé Billy e Paco Mio, ambos com quatro anos, pesam, respectivamente, 5,3 kg e 6,6 kg, mas não deveriam ultrapassar os 4 kg cada um. "Já tentei de tudo, mas é difícil. Eles não gostaram da ração light", diz a aposentada Guida Petronilho, que, além da ração convencional, dá a eles requeijão pela manhã, fatias de peito de peru ou presunto ao longo do dia e patê especial para gatos à noite. Uma vez por semana, os bichanos são presenteados com sardinha, atum ou frango. Eles continuam saudáveis, mas já começaram a perder a agilidade.

25 de março de 2010

A realidade sobre adestramento de ataque, defesa e proteção

O negócio de treinamento de ataque, defesa e guarda é mais ou menos assim:

Na primeira fase: o cão aprende a defesa.

Ou seja, ele só irá demonstrar sinais de agressividade quando ele ou seu dono forem ameaçados. É quando o cão fica ao lado do dono, na guia, e o cobaia (aquele cara corajoso que veste aquela roupa esquisita) ameaça bater no cão ou no dono. Aí o dono incentiva o cachorro a atacar o coitado do cobaia.

Segunda fase: treinamento de ataque.

O cão é incentivado a atacar, sob comando, mesmo que não haja nenhuma ameaça aparente. Exatamente como os cães da policia fazem quando não podem ver o suspeito e o policial manda o cão mesmo assim. O cachorro acha o fugitivo, encurrala o fulano e se for possível dá umas mordidinhas (os cachorros adoram dar essas mordidinhas).

Terceira fase: treinamento de guarda.

O cão vai atacar qualquer um que tentar invadir a sua propriedade ou que tente chegar perto de um objeto a ser guardado. Nesta fase o cão não precisa mais que o dono esteja por perto ou que seja dado um comando para ele executar o trabalho.

Qual é o mais indicado? Nenhum! Não acredito que qualquer cachorro possa ser treinado para nenhuma destas funções. Não é qualquer treinador que é bom o bastante para avaliar e treinar o cachorro propriamente e, principalmente, não é qualquer dono que pode ter um cão treinado para defesa, ataque ou guarda. Vale lembrar que cães da polícia e cães de competição são treinados PERMANENTEMENTE por profissionais.

Sempre que lemos as várias notícias trágicas de cachorros que atacaram pessoas e crianças, com mortes e mutilações, não nos ocorre que muitas pessoas que possuem cães para a guarda não estão cientes da responsabilidade e do perigo que é ter um animal destes em casa. Como treinadora profissional, tive a oportunidade de observar vários tipos de cães. Alguns mansos, outros agressivos, alguns neuróticos, outros inteligentes, alguns brincalhões, outros sérios, e poucos realmente equilibrados. Também tive a grande sorte de ter aprendido esta profissão num estado dos Estados Unidos onde as leis sobre cachorros que atacam pessoas é rigorosíssima, e onde estão os melhores cães policiais de todos os Estados Unidos. E a maioria das pessoas quando pensa num cão de guarda, pensa logo nos cães da polícia: cachorros muito bem treinados, precisos no ataque de bandidos e sob controle total de seu dono.

Mas no Brasil, muitos daqueles que possuem "cães de guarda" nunca procuraram um treinador profissional, nunca trabalharam com seus cachorros, nunca socializaram estes animais. Poucos se preocuparam com a índole do animal antes de comprá-lo e partem do pressuposto de que cachorro de guarda tem que ser muito bravo. Acreditam que o cão deve ficar preso o dia todo e só ser solto durante a noite que é para não ficar amigo de estranhos.

Pode parecer estranho, mas os cachorros escolhidos para o policiamento não são aqueles que apresentam propensão para a agressividade. Muito pelo contrário. Os melhores cães para a polícia são os que apresentam maior poder concentração e vontade de brincar. Para estes cães, não existe motivo algum para temer ou odiar pessoas estranhas. Para que sejam confiáveis e úteis na segurança da população, eles, os cães da polícia, têm que ser dóceis e mansos quando andando no meio das pessoas. Numa rua cheia, eles devem se manter sempre do lado esquerdo de seus companheiros policiais e aceitar com prazer os carinhos das crianças que nunca se cansam de admirar tão belo animal.

O ataque para estes cachorros não é pessoal, ou seja, eles não são treinados para ter raiva, ou perseguir nenhum grupo de pessoas específico, nem tampouco para serem agressivos ou arredios com estranhos. Estes cães são treinados para gostar de um jogo, uma brincadeira muito excitante que é pegar o cara mau. Isso mesmo, para o cachorro tudo não passa de uma brincadeira, que ele gosta muito, de imobilizar e morder uma pessoa que seu dono mandou pegar. O cão nunca vai iniciar uma perseguição ou um ataque sem que ele tenha sido comandado. Claro que este comando não precisa ser unicamente verbal. Um movimento brusco por parte da pessoa que está sendo investigada, ou a tentativa de fuga desta pessoa pode ser a "deixa" para uma imobilização.

A visão de uma arma, a agressão ao dono por parte do suspeito, ou um discreto comando físico pode ser suficiente para o cão iniciar um ataque. Os cães escolhidos para se tornar um cão de guarda devem fazer parte da família deles. Conviver com as crianças, brincar no quintal e ser companheiro inseparável de seus donos.

Qualquer pessoa que deseja ter um cão de guarda deveria ter os mesmos cuidados que a polícia. Escolher a raça mais adequada. Investigar o temperamento dos pais do filhote e evitar qualquer animal que apresente sinais de agressividade excessiva ou medo e desconfiança de pessoas estranhas. Socializar o filhote e educá-lo com amor e paciência para que ele cresça confiante e tranqüilo. Fazer com que este animal participe da vida da família, fortalecendo os laços de amizade entre cão e humanos. Procurar um treinador profissional competente e capaz e solicitar uma avaliação do animal, aceitando se o parecer deste treinador for contrário ao treinamento do cachorro para guarda. Participar ativamente das seções de treinamento do cachorro. Prover alimentação e cuidados veterinários adequados. E, principalmente, ser responsável pelo animal e pela segurança das pessoas que trabalham ou visitam a sua residência.

Para evitar tantas tragédias como as que aparecem nos jornais todos os anos é preciso lembrar que um cachorro não é capaz de distinguir a diferença entre um atleta fazendo jogging ou um ladrão correndo em disparada; entre um bandido escondido num beco ou uma criança brincando de esconde-esconde; entre um ladrão atacando seu dono, ou apenas um amigo mais espalhafatoso.

Em última análise, um bom cão de guarda só precisa dar o alarme, latindo, na hora em que uma pessoa estranha se aproximar da casa para que o dono possa tomar as medidas necessárias para a proteção de seu patrimônio. Mesmo que o cachorro seja super-treinado, se um ladrão resolver invadir uma residência quando o dono não estiver presente, ele, o ladrão, vai invadir.

A FALSA SEGURANÇA QUE AS PESSOAS SENTEM QUANDO POSSUEM UM CACHORRO FEROZ EM CASA PODE SER FATAL PARA OS DONOS, PARA PESSOAS DE BEM E PRINCIPALMENTE PARA CRIANÇAS CURIOSAS E INDEFESAS DIANTE DE TAMANHA FÚRIA.

Fonte: Claudia Pizzolatto

Treinadora e Especialista em Comportamento Canino, diplomada em Psicologia Canina e Treinamento de Cães pela NDTA – National Dog Trainers Association dos Estados Unidos, e também classificada como “Professional Dog Trainer” pela mesma NDTA, consultora em comportamento canino da revista especializada Cães & Cia, com vários artigos publicados em jornais e revistas, e várias palestras realizadas, é dona da Lord Cão – Treinamento de Cães Ltda., empresa especializada em resolver problemas comportamentais em cães, situada no Rio de Janeiro.

23 de março de 2010

“Prozac” para pets é aprovado na Inglaterra

As diversas semelhanças entre os seres humanos e animais têm promovido um modo de vida muito parecido para os pets também. Atualmente, há uma infinidade de serviços para os amados bichinhos como salões de cabeleireiro, hotéis, grifes de roupas e joalherias. O problema é que até mesmo as doenças do dono também estão acometendo os peludos, como obesidade, hipertensão e até mesmo depressão.

Relativamente nova, a descoberta de que cerca de 8% da população de pets sofre de desorientações mentais, fez com que o governo da Grã-Bretanha resolvesse tomar providências, aprovando a utilização do famoso Prozac, só que para cães e gatos.

De acordo com o site do jornal Daily Mail o anti-depressivo foi adaptado para os peludos mais tristonhos, e tem um gosto mais palatável, sabor bife. O medicamento foi lançado nos Estados Unidos há 3 anos, e recentemente foi aprovado para a venda na Europa, prometendo servir para o tratamento de animais com comportamento compulsivo e ansiosos.

Chamado de Reconcile, o produto aumenta os níveis de serotonina no cérebro dos bichos, promovendo a sensação de bem-estar nos animais. O tratamento com o medicamento é indicado principalmente para os pets que sofrem com a ausência de seus donos, gerando um quadro de depressão.

Segundo os especialistas, os sintomas de um animal depressivo são: morder e destruir objetos e a mobília em casa, latidos excessivos, choro, urina e fezes fora dos locais apropriados, salivação excessiva, vômitos e tremedeiras. Esses sinais indicam o quadro de ansiedade, gerado principalmente com a separação dos donos por muito tempo, quando saem para trabalhar, por exemplo.

Ainda segundo a publicação, estima-se que existam 10 milhões de animais com o quadro nos Estados Unidos, mas a cura é possível. Um experimento realizado com 660 animais com desorientações mentais na Europa e Estados Unidos revelou que houve melhora após oito semanas de tratamento com o Reconcile. O fabricante adverte, no entanto, que a medicação deve ser administrada por animais acima de seis meses de vida e sob supervisão de um veterinário.

Fonte: http://petmag.uol.com.br

(minha opinião)

O ser humano destrói sua vida através de comportamentos fúteis e exagerados, muitas das vezes levando a um quadro de distúrbios psicológicos e infelicidade. Se afasta da natureza levando uma vida extremamente urbana e estressante, esquecendo da beleza e energia inesgotável que a mãe natureza nos proporciona. E agora isso tudo é direcionado de uma forma egoísta para os animais, principalmente para os cães.

Cachorro tem vaidade? Ou a vaidade é do humano? É uma pergunta que se deveria responder antes de gastar rios de dinheiro num suposto bem estar animal.

Deveríamos nos preocupar em buscar informações das quais são as reais necessidades de um cão. Quem é mais feliz? Um cachorro solto nas ruas sem regalias ou um cachorro preso em um apartamento cheio de regalias? Pode parecer estranho para muitos, mas provavelmente o cão da rua é o mais feliz. Atividades físicas e mentais sendo desafiadas todos os dias, lutar pela sobrevivência, cães extremamente socializados com tudo que há, faz com que estes animais apresentem comportamento próximo do que tinham na natureza. Lógico que existe a parte da saúde precária e maus tratos, novamente causados pelos humanos, colocando em questão a felicidade destes animais. Mas ainda não o deixa mais infeliz que o cãozinho preso no apartamento, com idas a tosa e banho toda semana, com roupinhas próprias, sem desafios, sem exercícios suficientes ou nenhum, sem socialização... enfim.

Deveríamos nos questionar o porquê de surgirem fármacos como esse da reportagem. Deveríamos buscar a causa primária do distúrbio e assim nos adequarmos a entender o cão e proporcionar uma vida melhor para eles, mas é claro que dentro dos padrões caninos. O medicamento é uma “muleta” da real causa. Auxilia, mas não cura.

Se questionem sobre seus cães, abram suas mentes a novas informações, e principalmente amem seus cães proporcionando reais necessidades a suas vidas.