Forte apego ao animal de estimação pode até mesmo aumentar o risco de causar depressão no ser - humano.
Um novo estudo canadense considera que os tutores de cães que vivem sozinhos, e têm pouco contato social humano, na verdade são tão solitários quanto seus colegas cães nas mesmas circunstâncias.
Talvez ainda mais surpreendente, os pesquisadores da Universidade de Carleton, em Ottawa fizeram uma constatação ainda mais surpreendente: essas pessoas que recorrem a cães ou gatos para amenizar esse sentimento correm mais risco de se sentirem sozinhas e desenvolverem depressão. Os autores do estudo explicaram que os animais não são pessoas, e não podem compensar a falta de relações humanas.
"A presença de um pet na vida das pessoas não é bem aquilo que pensávamos", disse o co-autor Timothy Pychyl, um professor associado de psicologia na universidade.
"Muitas pessoas vão dizer:" Se você está se sentindo só adquira um cachorro para te fazer companhia. Mas a pesquisa indica que os animais não irão resolver o problema de solidão, assim como acreditamos que eles fazem”. Se você não tem contato social humano, ainda sim vai ficar com sentimento de solidão.“
Entre 1941 e 2006, o percentual de pessoas que vivem sozinhas no Canadá subiu para 27 por cento a partir de seis por cento.
Na pesquisa, foram avaliados aqueles que viviam só e possuíam cães ou gatos, e os desacompanhados até de um animal de estimação. Os pesquisadores descobriram que quem tinha um animalzinho e também uma vida social ativa era realmente menos solitário em relação aos que moravam totalmente sozinhos. Já quem tinha a companhia de um pet, mas sofria a falta de uma rede social, era ainda mais propenso a se sentir solitário e depressivo, em comparação com as pessoas isoladas e que não tinham pets.
Portanto, mesmo sabendo que os animais sempre vão nos dar uma “pata amiga”, não podemos depender apenas deles. A pesquisa indicou que os pets não preenchem tanto esse vazio como nós pensávamos, e sem o apoio de outras pessoas vamos continuar nos sentindo incompletos.
Fonte: http://www.montrealgazette.com
No meu entendimento, que adotei um gato, adquirimos, adotamos, compramos um ser vivo, por acaso um animal, para tratar e cuidar dele, para garantir-lhe uma vida digna sem sofrimentos. Afinal, eles também sentem. Até acho que há aqueles que adquirem (?) um animal de estimação para diminuir a solidão, mas é óbvio que será em vão: é apenas uma questão de tempo, a solidão vai voltar. Mas, é óbvio também que qualquer animal de estimãção diminui a solidão de quem quer que seja. Repito, temporariamente. Recebo centenas de e-mail, semanalmente, de animais que são abandonados. Quem sabe alguns não são abandonados porque não serviram de antidepressivo como o dono pensava que serviria.
ResponderExcluirDe qualquer jeito, excelente o alerta do Paulo Deslandes.
Pena que, como ele disse, os animais estejam sempre dispostos a nos dar uma "pata amiga", mesmo que muitos de nós, seres (des)humanos, estejam mais dispostos a lhes dar uma "patada inimiga". Bicho é tudo de bom!
WANDERLEY REBELLO FILHO
Advogado e Professor de Direito Ambiental.
Boa tarde Wanderley. Obrigado pelo acréscimo de sua opinião ao artigo. Mas lembre-se que o artigo não é de minha autória, e sim um texto publicado no Montreal Gazette, Canadá, baseado em uma publicação científica em um periódico. Diante do seu questionamento quanto aos resultados aconselho que leia esse artigo que também está aqui no blog:
ResponderExcluirhttp://artigoscao.blogspot.com/2009/03/caes-rivais-humanos-para-satisfacao.html
Seria um excelente complemento!
Abraço!
Caro Paulo:
ResponderExcluirNão sabe como veio a calhar seu artigo sobre este comportamento humano de mascarar a solidão escondendo-se atrás de animais.
Conheço uma pessoa que nos últimos anos vem apresentando comportamento extremamente sociofóbico. De uns quatro anos para cá esta pessoa começou a acumular em sua casa uma quantidade grande de gatos e cachorros de rua. A princípio parecia uma atitude generosa, etc. Com o tempo fui percebendo que tratava-se de comportamento patológico, pois os animais não só serviam de descarga para as carências afetivas da pessoa em questão (que, como citado no artigo, não resolve) como também serviam para afastar outros seres humanos e proteger esta pessoa do contato com serem humanos, já que forçavam-na a viver cada vez mais afastada da cidade, e cada vez menos amigos se predispunham a ir visitá-la em um lugar longinquo lotado de animais.
Qual não foi minha surpresa ao descobrir que tal comportamento (neste ponto extremo, é claro) se chama "animal hoarding", é um quadro clínico bem estabelecido de psicose de evitação social, que pode evoluir para depressão séria, obsessões com extremos religiosos, etc.
Gostaria de ter percebido isso antes, pois todo este evento acabou por me causar certos problemas. Pena que não li seu artigo antes!
Um abraço e continue divulgando coisas importantes como esta!