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5 de junho de 2011

Caminhar com os Cães: Porque isso pode fazer a diferença.

Por Debra Horwitz, Médica Veterinária, DVM, consultora em comportamento animal, St. Louis, Missouri.


Traduzido e adaptado por Paulo Deslandes.




Exercícios e estímulos mentais são importantes para os cães. Como posso convencer os tutores que levar seu cão para uma caminhada é uma boa idéia?


Proporcionar exercício e estímulo mental para os animais de estimação são extremamente importantes e nada faz melhor esse trabalho do que uma boa caminhada. A maioria das raças de cães possuem características projetadas para uma finalidade específica, que poderia mantê-los engajados (por exemplo, cães esportistas, cães de trabalho). No entanto, cães domésticos sem a oportunidade de exercer esses papéis geralmente não se exercitam, podem possuir acesso a um quintal, que normalmente fornece os mesmos aromas e estímulos entediantes dia após dia.

Geralmente as pessoas passeiam com seus cães por 4 razões: 

1. Para o animal defecar e urinar.
2. Estimulação mental.
3. Exercício para os cães.
4. Exercício para as elas mesmas e levam o cão junto.



Bom começo


O tempo para "passear" é a primeira discussão quando se tem um filhote de cão. Antes de levar um filhote para o seu primeiro passeio, ele precisa ser vacinado contra as doenças transmissíveis. Depois de devidamente protegidos, o proprietário pode começar a levar o cachorro para fora de casa (por exemplo, caminhadas e aulas de treinamento).

Certifique-se que o cachorro é microchipado (realidade mais evidente nos E.U.A), que esteja com uma coleira de identificação e uma guia apropriada para melhor controle do animal. Evite enforcadores nos filhotes e guias extensíveis.

No início a preocupação é fazer o cão aceitar a coleira, o passeio portanto pode ser curto para que nem o tutor e nem o cachorro fiquem frustrados ou cansados. O tempo pode pode variar de 5 a 15 minutos, dependendo do cachorro. Passeios ajudam na socialização precoce, controle de tarefas para aprendizagem básica, permite a exploração do ambiente pelo animal e exercícios físico.



Cumprindo as Necessidades de cada cão


Um cão precisa de um local adequado para defecar e urinar, e que os tutores recolham as fezes que forem feitas durante os passeios externos.

Além disso, um cão, muitas vezes aproveita a possibilidade de farejar e investigar o meio ambiente:

  • Alguns cães são capazes de farejar e continuar caminhando, outros podem querer passar mais tempo investigando e, talvez, a marcar com a urina os outros cheiros interessantes que encontram.
  • Um estudo observou que fora da guia os cães farejam por períodos mais longos, quando comparado com cães andando com uma coleira. Naturalmente, o significado não é claro, mas talvez isso tenha a ver com a capacidade de farejar sem interrupções.
  • Dar ao cão a oportunidade para cheirar e marcar com urina em cada caminhada é uma boa idéia.

Em relação a quantidade e intensidade de exercícios variam de cão para cão, e de raça para raça:

  • O objetivo da caminhada não deve ser necessariamente a criação de um atleta, mas precisa de tempo suficiente para o cão se exercitar e para farejar. Um cão de raça grande pode necessitar de exercícios mais intensos, enquanto cães menores podem se contentar com passeios mais lentos, mas as exceções são muitas. Portanto, passeios devem ser adaptados às necessidades individuais de cada animal.
  • Se tiver um espaço protegido (ou seja, um quintal cercado) disponível, pode oferecer brincadeiras, e exercícios aeróbicos.
  • É necessário planejamento nos exercícios, as adaptações são necessárias conforme a idade, capacidade física e raça. Em cães propensos a claudicação (mancar), superaquecimento (cães como Pugs, Bulldogs...) e problemas cardíacos, é necessário evitar situações que possam agravar esses problemas.


Dever do cão


Me deparei com uma nova frase recentemente durante uma pesquisa para uma apresentação num Rotary Club local: Dever do cão(ou pelo menos um que era novo para mim). Esta frase e sua conotação foram instantaneamente familiar, com seus quase 13 anos de idade, meu cãozinho Jack Russell "Terrorista" Buster, estava sentado perto de mim, ansiosamente a espera de sua caminhada noturna. Ele foi deixando claro que era hora de eu cumprir esta obrigação diária.

Quando li esse artigo do Dr. Horwitz ficou claro que essa frase refletia sobre o lado humano de passear com o cão. Se eu não tivesse meu fiel amigo Buster, não haveria razão alguma para me aventurar a noite numa caminhada. Isso é bom para mim? Sim! Os benefícios para a saúde que um animal de estimação pode proporcionar ao ser humano são inúmeros, tais como: redução do colesterol, dos triglicerídeos, da pressão arterial e diminuição do estresse, são os mais conhecidos. Os benefícios que os tutores têm ao passear com seus cães, no entanto são bem menos divulgados. Caminhando com seu cão se tem um impacto positivo sobre a obesidade canina e humana e é bom para a socialização e interação, tanto humana quanto canina (todo mundo no bairro conhece o Buster). Assim, enquanto a caminhada é boa para o cão como o Dr. Horwitz assinala, neste artigo, é bom para as pessoas também.



Mantendo os Humanos Felizes


Ser puxado pelo cão durante o passeio é indesejável, e pode desestimular os tutores a passear com os cães. A caminhada deve ser feita com uma guia, sem pressão, e se houver dificuldades a ajuda de um profissional é recomendada. 

Talvez os tutores terão que abandonar suas caminhadas regulares enquanto o cão aprende a caminhar corretamente, mas a recompensa de um cão bem treinado vai valer a pena o esforço.



Obstáculos para o Sucesso


  • Apesar dos melhores esforços, muitos tutores encontram dificuldades para caminhar com um cão. As queixas comuns incluem a puxar demais a guia, se excitar e latir demais para outros cães e ou pessoas. Nesse caso, como mencionado anteriormente, a ajuda profissional pode ajudar.
  • Ao invés de optar por apenas longas caminhadas, acrescente passeios mais curtos deixando a opção para o animal farejar mais durante uns 10 a 20 minutos de 1 a 3 vezes por semana pode fazer a diferença.
  • Para problemas extremos, a referência de um profissional que utiliza reforço positivo pode ser necessário e pode ajudar na seleção de produtos para o controle adequado durante os passeios.


Resumo


  • Caminhar com os cães incentivam o exercício físico e estímulo mental, tanto dos humanos quanto do animal.
  • Utilização de equipamento adequado para cada tipo de cão faz com que os passeios se tornem mais agradáveis.
  • Deixar animal defecar e urinar (sempre lembrando de recolher as fezes) antes de começar a caminhada permite flexibilidade na duração do passeio.
  • Distâncias e tempos variáveis durante a semana revezando em caminhadas curtas deixando os cães cheirarem bastante, e as longas com maior intensidade físicas oferecem variedade e interação com o ambiente.
  • Maior intensidade de exercícios dependem do próprio cão, e de oferecer condicionamento físico ao animal.

1 de abril de 2011

Comportamento compulsivo dos cães

Baseado no texto escrito por Nicole Davis

Nova pesquisa sobre Dobermann revela um gene envolvido no comportamento compulsivo que poderia ajudar os cientistas a entender o distúrbio de comportamento em humanos.

A primeira vista, um cachorro correndo atrás do rabo parece inofensivo, mas para muitos cães e seus donos, o hábito tem um lado escuro, que significa horas intermináveis e energia gasta para a mesma tarefa. A causa, um tipo de transtorno compulsivo, pode resultar em falta de sono e até mesmo danos físicos.

Tais comportamentos compulsivos tendem a ocorrer em determinadas raças que exibem comportamentos característicos, por exemplo o Doberman e o Pincher geralmente lambem ou chupam seus flancos, muitas vezes até ao ponto de haver sangramentos e infecções de pele. Outras raças, como o Bull Terrier, têm um comportamento repetitivo de perseguir seu próprio rabo.

Esses comportamentos compulsivos (conhecidos como Transtorno Compulsivo Canino - TCC) mostram algumas semelhanças notáveis com o mesmo transtorno de comportamento nos humanos, chamado transtorno obsessivo-compulsivo. Assim, uma compreensão mais profunda da base genética da doença em cães pode levar a um quadro mais claro da condição em ambas as espécies.

Os investigadores exploraram a base genética da TCC a partir das raças Pincher e Doberman. As manifestações da TCC incluem chupar e/ou lamber o próprio flanco, não só são comuns na raça, mas também são facilmente distinguíveis em outros cães. Isso facilitou a tarefa dos pesquisadores de identificar os cães afetados, tornando possível a coleta de um número suficiente de amostras de DNA para estudo.

Com cerca de 150 cães afetados e não afetados, os pesquisadores analisaram amostras de DNA usando uma técnica conhecida como a associação do genoma, que analisa milhares de marcadores genéticos - chamados SNPs ou polimorfismos de nucleotídeo único - em todo o genoma para identificar aqueles que são mais comuns em serem afetados comparando com os que não são afetados. Esses marcadores de alta freqüência atuam como sinalizadores para os genes e outros importantes elementos funcionais do genoma que verificam o risco de um cão desenvolver o transtorno.

O gene em questão é chamado CDH2. Relativamente pouco se conhece sobre seu funcionamento, se sabe que o gene desempenha um papel importante no início do desenvolvimento embrionário, o que tornou difícil para os cientistas aprender sobre suas funções. O que se sabe é que o gene é parte de uma grande família conhecida como caderinas, e que parece agir no cérebro, especificamente nas junções entre neurônios conhecidos como sinapses.

Embora os novos dados indiquem um gene que atua no lugar certo para influenciar o comportamento, os pesquisadores reconhecem que ainda há muito trabalho a ser feito. No entanto, há esperança de que tais esforços levarão a uma melhor compreensão dos transtornos do comportamento tanto nos cães quanto em humanos.

Fonte: http://www.physorg.com


por Paulo Deslandes:

O fator genético tem a influência ainda não completamente comprovada, assim como indica o artigo acima, mas não podemos deixar passar outros fatores que são desencadeantes dos transtornos compulsivos nos cães. Esses fatores são muitas das vezes causados por desconhecimento das pessoas sobre as reais necessidades de um cão, e assim levando o animal a uma situação de estresse.

Entre os principais distúrbios compulsivos em cães estão: Abocanhar Moscas (morde “mosca imaginárias” no ar), Dermatite Acral por lambedura (o cão se lambe tanto que causa lesões), Perseguição de Cauda e Rodopio, Sucção de Flanco (chupa ou lambe a parte traseira a ponto de causar lesões) e etc.

Segundo HORWITZ e NEILSON 2007, foram identificados os seguintes fatores contribuintes para comportamento compulsivos: 

- Qualquer situação que cause estresse, conflito ou frustração pode contribuir. Ou seja, o animal pode ser motivado a exibir certo comportamento, mas é impedido de fazer, causando frustração. O estresse pode surgir de ambientes imprevisíveis ou de transtornos que causem desconforto ou ansiedade, como Ansiedade de Separação (cão que não quer ficar sozinho) e medos em geral;

- Mudanças importantes na rotina e/ou composição do lar;

- Treinamentos baseados em punições impróprias e inconsistentes;

- Situação frustrantes, como defesa territorial evitada por alguma barreira; 

- Ambiente empobrecido (sem estímulos físico e mental);

- Exercício físico insuficiente para energia do cão;

- Comportamento de busca de atenção reforçado pelos proprietários;

- Doenças: neurológicas, dermatológicas, metabólicas, infecciosas, degenerativas, parasitárias;

- Traumatismo de Cauda.

Se o seu cãozinho tem algum indicativo de distúrbios compulsivos procure ajuda de um Médico Veterinário que seja especializado em Comportamento Canino, que será o profissional que auxiliará no diagnóstico diferencial entre tantas causas possíveis, desde a patológica até a comportamental, e realizará o tratamento específico.

(Direitos autorais: O texto somente poderá ser reproduzido com a autorização do autor)

29 de março de 2011

Seu cachorro não gosta de ficar sozinho?

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

Seu cão lhe segue o tempo todo? Cumprimenta exageradamente assim que você retorna para casa? Não consegue ficar sozinho sem que fique desesperado? Ele me ama muito! Pensa alguns “felizes” tutores. Será? Esse tipo de comportamento, aliado a outros sintomas, caracteriza um transtorno comportamental denominado Ansiedade de Separação. Que é outro entre tantos transtornos de comportamento canino que tem surgido devido ao tratamento humanizado perante os cães.

O que é?

É um comportamento de ansiedade excessiva que os cães experimentam quando separados da pessoa, ou pessoas, a quem são apegados. E esse mal estar pode gerar sérios problemas ligados ao comportamento do cão e até mesmo a sua saúde física, já que o animal vive intensos episódios de estresse.

Sintomas

Entre os sintomas da ansiedade de separação, que acontecem na ausência do tutor, estão incluídos: vocalização excessiva (uivos, choros ou latidos em excesso), comportamento destrutivo (roer ou arranhar objetos pessoais da figura de vínculo ou as possíveis rotas de acesso a essa figura), micção e defecação em locais inapropriados e freqüentemente em locais ou objetos que sejam referência à figura de vínculo. Pode estar incluídos também, a perda de apetite, salivação em excesso e comportamentos compulsivos diversos.

Freqüência

Estudos nos EUA indicam que a ocorrência desses problemas podem acometer cerca de 40% dos cães e, há dados, na renomada Clínica de Comportamento Animal da Universidade de Cornell, que é o terceiro problema de comportamento mais freqüente.

Prevenção

A primeira coisa a se considerar é na hora que resolve adquirir um cão como animal de companhia. Os cachorros são animais de hábitos sociais, portanto apreciam a presença dos membros da família. Se irão ficar sozinhos por um período maior que 4 horas, é melhor que se considere outro pet mais adequado para seu ritmo de vida.

Reforços inadvertidos de tutores perante as saudações efusivas dos cães durante o retorno ao lar contribuem para o agravamento da ansiedade canina, pois os cães solitários aguardam esse momento do reencontro de uma forma nada saudável. Então, obviamente, um dos procedimentos seria de ignorar o cão até que se acalme, e então de uma forma calma e ponderada direcionar a atenção para o mesmo.

Partidas relacionadas a se “despedir do cão” também são fatores contribuintes, já que se cria um momento de vínculo com o animal e logo após o tutor sai o deixando para trás. Portanto ignorar o cão momentos antes das partidas deve ser regra dentro de uma rotina de prevenção.

Preparar o ambiente para o animal se distrair durante a ausência das pessoas é uma ótima maneira de distraí-lo nos momentos de solidão. Existem hoje no mercado variados tipos de brinquedos que liberam petiscos de forma gradual, conforme a interação do cão, e, ainda há alimentos de longa duração que os entretêm.

Exercícios físicos como uma boa caminhada ao ar livre, diariamente, é obrigação para todos os cães, já que os exercícios físicos liberam hormônios ligados ao bem estar, assim os deixando mais relaxados e felizes.

O que não fazer

Punições não são eficazes para o tratamento de ansiedade de separação e pode piorar a situação. A destruição, vocalizações excessivas, e a sujeira da casa, que muitas vezes ocorre com a ansiedade de separação, não é a vingança do seu cão para ficar sozinho e sim parte de uma resposta de pânico.

Adquirir um outro cão como companheiro não costuma ajudar um animal ansioso, porque a ansiedade é o resultado da separação do tutor, e não apenas o resultado de estar se sentindo sozinho.

Adestramento de Obediência não é indicado, já que ansiedade de separação não é o resultado de desobediência ou falta de treinamento e, portanto, não vai ajudar nesta questão em particular.

Tratamento

Um diagnóstico primeiramente tem que ser fechado por um veterinário especializado em comportamento canino, para que se prescreva um tratamento adequado. Nos casos mais severos é necessário a intervenção farmacológica como forma de auxílio, e não de cura. Muitas vezes o sucesso do tratamento é duvidoso devido a não colaboração dos tutores, já que faz parte do programa, a diminuição do vínculo relacionado às pessoas e o cão, e muitos não aceitam isso. Outro problema é a disciplina devido ao longo período do tratamento, que requer muita paciência e colaboração de todos envolvidos. Sempre bom lembrar que um cão ansioso é um cão estressado, e o estresse deixa a imunidade baixa levando o animal a ficar suscetível a doenças diversas.

Fonte: Dr. Paulo F. de O. Deslandes - Médico Veterinário especializado em Comportamento Canino e Felino; Artigo publicado na revista Pequenos Cães ed.32 - 2010

(Direitos autorais: O texto somente poderá ser reproduzido com a autorização do autor)

28 de março de 2010

Excesso de peso faz mal a cães e gatos

Karina Klinger;  free-lance para a Folha

Considerada epidêmica entre os homens, a obesidade está começando a se tornar preocupante também no reino animal pelo menos entre os cães e gatos urbanos de estimação. Segundo relatório com mais de 400 páginas do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, divulgado no mês passado, um quarto dos cães e gatos do mundo ocidental carregam quilos extras. Estima-se que 40% dos cães americanos e 20% dos brasileiros estejam com sobrepeso.

A obesidade animal é semelhante à humana em causas, consequências eles também correm um risco maior de sofrer de problemas cardíacos e articulares, colesterol alto, diabetes e câncer, por exemplo e tratamento. A grande diferença é que os cachorros e os bichanos não escolhem seu estilo de vida. Tornam-se sedentários e comem de maneira errada por causa de seus donos.

Como na obesidade humana, os distúrbios hormonais são exceção entre os cães e gatos com excesso de peso --apenas 5% dos casos, diz a veterinária Viviani di Marco. A maioria é causada por uma alimentação desbalanceada. Ela já atendeu cães com mais de 10 kg de sobrepeso que consumiam bolos e refrigerantes. Segundo Marco, muitos donos excedem na alimentação por falta de conhecimento. "Poucos sabem que a ração atende às necessidades nutricionais do animal."

Para a veterinária Marcia Jericó, coordenadora do Obezoo, grupo que estuda a obesidade em cães na Universidade Santo Amaro (SP), petiscar é um dos maus hábitos dos animais obesos. "Um biscoito canino, por exemplo, pode ter 100 cal, o que corresponde a 1/3 das necessidades diárias de um cão com até 5 kg.

Tanto em cães como em gatos, a gordura costuma concentrar-se no pescoço, ao longo das costelas e nas costas. Eles perdem a cintura e tornam-se roliços. "Visto de cima, o corpo do cão perde o formato de uma ampulheta, e as costelas desaparecem no meio da gordura", afirma Jericó.

Um exame clínico geralmente é suficiente para diagnosticar a obesidade. "Usamos uma técnica de apalpação do corpo do animal", explica o professor Aulus Carciofi, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Jaboticabal.

Tratamento

Existem tabelas de peso para as várias raças felinas e caninas, mas as variações dentro de uma mesma raça impedem que se estabeleçam padrões rígidos de consumo calórico. Por isso cada animal precisa de uma dieta sob medida, que pode incluir ração light ou especial para obesos.

A não ser que alguém esqueça um pacote de biscoitos ou uma lasanha ao alcance do animal, cães e gatos não têm como fugir da dieta. O sucesso do tratamento, portanto, depende das pessoas que convivem com o animal.

A dona-de-casa Hilda Amano não resistia ao olhar "pidão" de Picaxu, um vira-lata de quatro anos. Resultado: o cão, que deveria pesar 15 kg, chegou a ter 28 kg. "Além de ração, ele sempre comeu o que nós comíamos: macarrão, bolo de chocolate, pães e até refrigerante", diz ela.


Uma bronca do veterinário fez Amano adotar uma dieta para o cachorro. Apesar de já ter emagrecido 8 kg, ele continua de regime e come só ração para cães obesos e salada.

Diferentemente de Amano, os pais do corretor de imóveis Antonio Escobar Filho não conseguem deixar de paparicar Gordo, 11, descendente de boxer e weimaraner. O cão foi morar com eles depois que Escobar, seu dono, mudou para um apartamento. "A gente até tenta mantê-lo em dieta, mas meu pai não resiste."

A tendência à obesidade se manifestou cedo: o cão ganhou esse nome porque mamava demais quando era filhote. Hoje, ele pesa 50 kg, 20 kg a mais do que deveria e continua comendo tudo que a família consome. Gordo pode, pelo menos, correr pelo quintal, mas muitos gatos não têm essa sorte. É da natureza dos felinos dar escapadinhas sem coleira.

Uma das formas de protegê-los de maus-tratos e acidentes é mantê-los dentro de casa. Associado a dietas inadequadas, o sedentarismo estimula o ganho de peso.

Zé Billy e Paco Mio, ambos com quatro anos, pesam, respectivamente, 5,3 kg e 6,6 kg, mas não deveriam ultrapassar os 4 kg cada um. "Já tentei de tudo, mas é difícil. Eles não gostaram da ração light", diz a aposentada Guida Petronilho, que, além da ração convencional, dá a eles requeijão pela manhã, fatias de peito de peru ou presunto ao longo do dia e patê especial para gatos à noite. Uma vez por semana, os bichanos são presenteados com sardinha, atum ou frango. Eles continuam saudáveis, mas já começaram a perder a agilidade.