6 de abril de 2009

Apesar de mais belos, cães estão ficando cada vez menos inteligentes

A seleção de animais com base na beleza estão substituindo aqueles feitos com base na inteligência. O resultado são cães cada vez mais bonitos e menos inteligentes


Vítima da beleza


A busca por animais cada vez mais belos fez com que o collie de pelo curto perdesse parte de sua habilidades de cão pastor.

A busca por cachorros cada vez mais bonitos pode estar deixando as raças menos inteligentes, afirma um estudo realizado pela Universidade de Estocolmo, na Suécia.

Liderados pelo biólogo Kenth Svartberg, os pesquisadores notaram que a preferência por cachorros com uma bela pelagem em detrimento daqueles mais espertos provocou uma mudança em diversas raças em apenas poucas gerações.

“As tendências de cruzamento modernas estão afetando o comportamento, as habilidades mentais e a estrutura física das raças de pedigree”, afirma Svartberg.

O cientista explica que, no século 19, o cruzamento era feito entre os cães com mais força e inteligência. Eram animais criados para proteger os seus lares e serem capazes de caçar presas nos quintais e nas fazendas.

Hoje em dia, os cruzamentos das chamadas raças puras prezam principalmente pela docilidade e pelo visual. O uso dos cães também mudou: antes treinados para guardar o lar, hoje eles são criados para exibições em shows ou para viver calmos dentro de casas e apartamentos.

O resultado, segundo os pesquisadores, são cachorros com deficiência de atenção e menos capazes de responder a comandos. Para chegar a essa conclusão, a equipe de Svartberg avaliou características como sociabilidade e curiosidade de aproximadamente 13 mil cães de 31 raças diferentes.

A tendência pode ser observada na popularidade das pequenas raças, como os chiuauas e yorkshires. Como são cachorros pequenos, podem ser carregados como se fossem bolsas e mais se parecem assessórios de moda do que bichos de estimação.

Outra percepção é de que a aparência atraente dos animais está ligada frequentemente à introversão e à personalidade apagada. “Os genes por trás da beleza podem também estar ligados àqueles que fazem o cão ser medroso”, afirma o sueco.

De todas as raças estudadas, as que mais sofreram com a seleção baseada na beleza foram os collie de pelo curto, que são cães pastores, e os Rhodesian ridgebacks, raça sul-africana pouco conhecida no Brasil, que eram usados em caçadas há 100 anos atrás.


Fonte: Revista Época

Um comentário:

  1. Mais uma vantagem dos guapecas....eles vão continuar sendo os mais inteligentes, heheheehhe

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